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Fuga de Los Angeles

E para primeiro filme avaliado, não poderia deixar de falar sobre meu filme favorito:Fuga de Los Angeles.

 

O pior é que eu não conhecia o filme até meados de 1999, quando esperava para gravar em VHS (ééeee e tem moleque por aí que nem faz idéia do que significa isto...) no meu "videocassete" Gradiente um outro filme que eu pensei que iria passar na Tela Quente da Rede Glóbulo (cujo o qual eu nem me lembro qual seria). Lembro-me de colocar a fita no ponto, ficar ao lado do vídeo com o dedo no botão "REC" (sim, do lado da TV, porquê o controle remoto, a poucos segundos de começar o negócio, havia utilizado sua habilidade especial de "Desaparecer +10"), e assim que começou o filme apertei a bagaça e mandei ver... só para me perguntar revoltado em seguida: 

 

"Mas que merda de filme é este???"

 

Fiquei puto. Reclamei até a última geração e tudo o mais. "Eu enfrentei o Diabo pro meu pai me deixar em paz vendo filme em plena a segunda feira - dia que ele mais enche o saco pra ir dormir cedo - pra passarem essa porcaria que eu nem sei o que é?!?!" Mas quando acabei de reclamar, já estavam mostrando o Kurt Russel e eu - que também adorei "Big Trouble in Little China" dei ao homem um crédito.

 

"Deixa pra lá. Eu gravo esta porcaria mesmo e depois desgravo com outro filme por cima."

 

Quer saber?

NUNCA MAIS TOQUEI NAQUELA FITA. Ela tornou-se meu Graal.

Mas já chega de falar mortadela e vamos ao presunto.

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O filme é uma sequencia de Fuga de Nova York (1984) e novamente é dirigido porJohn Carpenter.

 

A história tem novamente como personagem principal o anti-herói Snake Plinsken(Kurt Russel) - na minha opinião o personagem mais durão e bacana já criado. Anos após ter resgatado o presidente de uma destruída Nova York,  Plinsken torna-se um fora-da-lei americano até que é preso por uma briga num bar e vai parar no Centro de Deportação dos Estados Unidos. O país aliás, está ainda mais caótico que em 1997 (na cronologia fictícia da série, foi o ano em que Snake havia salvo o presidente). OsEstados Unidos sofreram um terremoto épico e em larga escala, que culminou na cidade de Los Angeles sendo completamente separada geográficamente do resto do país, de Malibu à Anahein. Um político americano candidato à presidência e fanático religioso (Cliff Robertson) havia feito uma previsão em 1998, que descrevia o acontecimento num discurso televisionado dois anos antes da  tragédia, dizendo serLos Angeles a cidade do pecado e comparando-a à Sodoma e Gomorra. Afirmou que "como a mão de Deus, as águas se erguerão e separarão esta cidade enorme e pecaminosa do nosso querido país". Após acontecer de fato o terremoto - que atingiu 9.6 de magnitude, sendo devastador - no ano 2000, o senador acaba sendo eleito o novo Presidente dos Estados Unidos. Extremista e ditador, o novo presidente impõe várias novas leis, uma delas sendo uma emenda que o tornaria Presidente Vitalício(sem nunca perder o cargo) e outra que transferia a capital americana de Washington D.C. para sua cidade natal, LynchburgVirginia. Ao moldar o que chamou de "América Moral", o presidente acabou transformando a nação americana numa sociedade reprimida e coagida (lembrando a Inglaterra mostrada em "V de Vingança")- porém pacífica, com criminalidade quase zero e maior expectativa de vida. A qualquer cidadão que infringisse as rigorosas leis, era imputada a pena de extradição do país. E Los Angeles - agora uma ilha separada e oficialmente não mais parte dos Estados Unidos - transformou-se numa "colônia penal" para onde exilados americanos eram enviados e de onde jamais poderiam voltar. Fugir da ilha também era impossível, uma vez que grandes muralhas com torres de vigilância armadas havia sido construída cobrindo todo o litoral ao redor de Los Angeles, e os guardas lá atirariam em qualquer coisa que se movesse em sua direção. Tudo o que as autoridades tinham que fazer era mandar os condenados para lá e não mais preocupar-se com eles, acabando com gastos com prisioneiros e manutenção de prisões.

 

E assim voltamos à Snake, cuja a captura foi algo tão espetacular que ao chegar noCentro de Deportação (detalhe: ele chega vestido como terminou o primeiro filme), lá aguardava uma equipe de televisão para cobrir o acontecimento. Porém o fora-da-lei americano não estava lá exatamente para ser extraditado. Algo maior estava acontecendo e punha em risco todo o país. E adivinha quem teria que limpar a bunda da América mais uma vez?

 

Utopia (A.J. Langer), a filha do presidente, uma jovem extremista membra de um grupo de rebeldes ao governo - e dona de uma voz cabulosamente irritante (como dito mais tarde no filme, uma beleza de mulher pra se comer, mas um parto pra calar a boca) - acaba por roubar o protótipo de uma poderosa arma durante uma visita ao pentágono. A arma estava sendo desenvolvida em segredo pelo Presidente, uma vez que, quando completa e pronta para o uso, daria à ele a chance de não só tentar, mas sim de efetivamente dominar o mundo (alguém tinha que dar esta idéia aos criadores do desenho "Pinky e Cérebro" - reconheça que este plano seria infalível). Ao tomar posse do dispositivo de ativação da arma, Utopia (a bordo do avião presidencial Força Aérea 3) grava em vídeo uma ameaça ao seu pai dizendo que se ele não reintegrasse àAmérica todos os extraditados injustamente, ela usaria a tal arma contra os Estados Unidos. A "arma" nada mais era que um cinturão de satélites circundado o planeta, e cada qual com uma bomba de nêutrons acoplada. Estas bombas, quando detonadas, emitiam um poderoso pulso eletromagnético capaz de inutilizar qualquer equipamento eletrônico que fizesse uso de eletricidade ou baterias para funcionar. E os satélites - controlados pelo dispositivo de Utopia - serviam para direcionar a "mira" em um aparelho/bairro/cidade ou até mesmo país, podendo desativá-lo por completo. E ainda, se todas as bombas fosse detonadas ao mesmo tempo sem que fosse especificado um alvo, o planeta inteiro seria desativado! Droga, o papo agora é Mad Max!!! Oh yeah!!!

 

Ápós gravar a ameaça, Utopia usa uma cápsula de salvamento da aeronave para escapar... e a cápsula cai em Los Angeles, lugar para o qual a ativista já planejava chegar para encontrar-se com seu amado e "entusiasta de suas atitudes tão justas". Este ser iluminado era na verdade o revolucionário terrorista peruano (que mais parece ser um sósia de Che GuevaraCuervo Jones (Jorges Corraface), membro da organização criminosa internacional "Sendero Luminoso" e líder daJustiça Mescalita, a maior e pior gangue de Los Angeles (nas palavras do Comandante Maloy). Fica-se entendido que Cuervo está por trás do roubo do dispositivo orquestrado por Utopia, tendo ele sabido de sua existência através da própria inocente garota, que encontrava-se com ele através de um programa de realidade virtualCuervo, por sua vez, iludiu Utopia e a usou para conseguir a arma. Mas não com o intuito altruísta da garota - o objetivo do terrorista era usar "A Espada deDâmocles" (nome da modesta armazinha) para chantagear o Presidente e preparar uma invasão militar aos Estados Unidos.

 

Mas quem vai salvar o país? Quem vai para Los Angeles enfrentar legiões e assassinos / maníacos / psicopatas / terroristas sob o comando do cruel homemcosplayado de Che e voltar para casa com o dispositivo? Snaaaaaaaaaake Plinsken!!!

 

Mas a pergunta mais importante de todas: Quem disse que ele dá a mínima?

 

Snake é levado para uma sala de interrogatório assim que chega ao Centro de Deportação (e brincando já falei o nome deste maldito lugar três vezes). No caminho, uma policial mal-encarada dá-lhe uma arranhadinha na mão. Snake fica meio mordido, mas tudo bem. Pelos corredores, o homem do tapa-olho descobre que os condenaos também tem outra alternativa além de serem enviados à Los Angeles - eles podem optar por serem executados por eletrocução na famosa "cadeira" - o que os fracos e idosos acabam por escolher. Na salinha, O Comandante Maloy (Stacy Keach), uma guarda sem nome (creditada como "Brazen" e interpretada por Michelle Forbes) e o Presidente dos Estados Unidos dizem à Snake que, se ele fizer este favorzinho básico para a nação, ganharia o Perdão por seus crimes e, assim, a liberdade.

Como a ladainha era bem conhecida para Snake, obviamente ele manda os três pra casa do chapéu. Mas então lhe dizem que se ele não o fizer, morrerá em menos de 10 horas, pois está infectado pelo famoso vírus "Plutoxina 7" - ameaçar-lhe a vida e dar-lhe um relógio da morte foi a mesma coisa que fizeram quando o obrigaram a salvar o presidente em Nova York. Povo pobre de imaginação.

Quando pergunta quem morreria  tentando injetar o vírus nele, Maloy lhe diz calmamente que ele já estava infectado (a arranhadinha da desgraçada da policial no corredor era para isso). O antídoto só seria dado após o sucesso da missão.

Sem escolhas, Snake avisa que era melhor torcerem para que ele não voltasse de Los Angeles.

 

A partir daí a coisa descamba para uma produção que, mesmo tosca em muitos pontos, é tudo o que um filme de ação deveria ter: tiros, explosões, tiros, perseguições, tiroteios, Tsunamis, troca de tiros, Snake Plinsken, tiros à granel, asas-delta, um punhado extra de tiros... e basquete!

 

A cena de Snake tendo de jogar "cesta de 2, 2 lados da quadra" e fazer 10 pontos para sobreviver na arena de Cuervo é espetacular. A última cesta foi regravada até que desse certo - e sem o uso de efeitos especiais! (claro, após 4.789.228 tentativas, até eu faço uma cesta daquelas... Bah, quem estou tentando enganar? Não faria nem com os efeitos especiais).

 

"Mapa das as Estrelas" Eddie (Steve Buscemi) - mesmo traiçoeiro - é um dos mais carismáticos personagens, e um bom contraponto ao mal humor de Snake. A frequencia com a qual Eddie muda de lado durante o filme é assombrosa - sempre buscando os melhores ganhos ou as menores perdas. E, pombas mancas, a musiquinha que toca ao fundo de seu "Mapa para as Estrelas" é demais! (A cena dele mostrando a gravação à Snake na tentativa de vende-la à ele, sorrindo feito um babaca, a cara de saco cheio de Snake e a musiquinha "I Love L.A." de fundo - tudo isto numa cena só foi algo que conspirou contra a minha vida.)

 

Assim como no anterior, Snake encontra uma bela mulher em seu caminho - a escolhida aqui é a latina Talisma (Valeria Golino), mas desta vez sua interação com a garota é maior, diferente da conversa de 2 minutos com a loira no primeiro filme. Ela parece ser a única com a qual Snake não se irrita (tanto) quando diz a famosa frase "pensei que você fosse mais alto" (esta aliás é uma piada recorrente do filme, uma vez que todos os bandidos de Los Angeles parecem conhecer e admirar - ou odiar - Snake, mas todos também "achavam que ele fosse mais alto").

 

Comandante Maloy (Stacy Keach, que depois famoso ao fazer o diretor da prisão Fox River no seriado "Prision Break" da Fox) é marcante. Parece em certos momentos ser ele a dar ordens ao Presidente (Cliff Robertson, o Tio Ben dos filmes do "Homem Aranha") . Este último por sua vez na verdade é um covardão que está sempre a choramingar e doido para pôr o país a perder querendo tomar alguma decisão errada e afobada. A participação da militarzinha metida (Michelle Forbes, conhecida por suas atuações em séries americanas como "In Treatment" e "True Blood" ) é nula no decorrer do filme - o que não impede Snake de devolver-lhe a "queimada" que ela lhe dá no início do filme.

 

A película ainda conta com participações especiais de dois atores míticos: Peter Fonda ("Jornada ao Centro da Terra", "Motoqueiro Fantasma") creditado como"Pipeliner" sendo o surfista que acaba se tornando camarada de Snake, e Bruce Campbell - o lendário Ash de "Evil Dead" ("Uma Noite Alucinante") - no papel doCirurgião Geral de Bervely Hills. Há rumores de que Campbell aceitou fazer o filme sob a condição de que dessem à ele uma cena em que pudesse apertar um belo par de seios - o que ele faz de fato ao analisar o "material" de Talisma antes da cirurgia plástica.

 

Fuga de Los Angeles ainda conta com uma "transex" (apenas o personagem, é claro!) - a extravagante Hershe Las Palmas (Pam Grier, de "Jackie Brown" e "Marte Ataca!"), antiga conhecida (ou conhecido) de Snake, que insiste em chama-la pelo seu antigo nome Carl Jack Malone - o que a morena detesta. Ao que parece, ela (ou ele, o que preferir) esteve em uma missão com Snake em Cleveland, e neste evento o traiu, deixando-o para trás. Dá-se a entender também de que ela (ou el... ah dane-se.) fez o mesmo acordo (ou um parecido) com o governo e também foi injetada com o "terrível"Plutoxina 7... o qual ela declara o vírus mortal como sendo pura balela.

Ela lidera os chamados "Sombras de Saigon", que é um grupo composto por um monte de orientais que você já deve ter visto numa dúzia de (bons) filmes de artes marciais e ação (sempre como aqueles capangas que apanham do protagonista).

 

Por fim, ainda citamos que o filme passa em vários lugares muito conhecidos de Los Angeles, como a parada de Cuervo, que acontece na famosíssima Sunset Boulevard Avennue. Além disso, o filme parte para absurdos incríveis, como Snake e o Pipelinersurfando um Tsunami que atravessa Los Angeles!

 

Vale a pena assistir o filme (eu já o fiz umas 500 vezes). Russel é extremamente convincente como ator de filmes de ação B, e este é na verdade um ápice do gênero.

 

E vai uma dica: Se você algum dia jogar "pelas regras de Bangkok" com Snake... NUNCAseja estúpido o suficiente para esperar a latinha cair no chão!

 

== 5 Estrelas == 

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